Aqui neste conteúdo vamos falar um pouco sobre a fala das crianças e o momento de procurar ajuda profissional.
Nosso objetivo aqui é sermos claros e objetivos, mas elencar o que podemos chamar de sinais de alerta, que são alguns sinais que vocês podem observar e que são sugestivos para a procura de uma orientação ou avaliação.
Começamos com a audição
A maioria dos bebês já sai da maternidade com o “teste da orelhinha”. Esse exame é primordial e já auxilia a buscar uma intervenção precoce no caso de alguma alteração.
Mas, mesmo que a criança ouça bem no decorrer do seu desenvolvimento, é importante estarem atentas a otites de repetição, por exemplo, pois isso afeta a aquisição dos sons da fala.
Às vezes só um tampão de cera pode abafar os sons e atrapalhar o desenvolvimento. Alguns exemplos para ficar de olho são:
- Crianças que pedem com frequência para instruções sejam repetidas.
- Crianças que falam muito alto, que pedem para aumentar o volume da televisão.
Fala e linguagem
Em relação à fala e à linguagem, sempre temos que nos basear naquilo que é esperado para cada idade. Claro que cada criança tem seu tempo, mas não podemos esperar muito, até porque 6 meses para crianças pequenas é um tempo precioso.
Veja abaixo a tabela com os marcos do desenvolvimento para que você possa se basear.
| DESENVOLVIMENTO AUDITIVO INFANTIL | |
| 0 aos 4 meses | Quando exposta a sons muito fortes, a criança deve apresentar algumas reações, como: se assustar, acordar, acelerar ou interromper a mamada, piscar os olhos. Reage inconsistentemente a aos sons familiares (voz dos pais, sons do cotidiano). |
| 4 aos 7 meses | Reconhece a voz da mãe e localiza os sons lateralmente |
| 7 aos 9 meses | Consegue demonstrar reações de agrado ou desagrado ao som que ouve. Localiza a fonte sonora para os lados diretamente e para baixo indiretamente. |
| 9 aos 13 meses | Localiza os sons para os lados e para baixo rapidamente. Compreende a comandos verbais mais simples, como: “dá tchau”, “manda beijo”. |
| 13 aos 16 meses | Localiza os sons para os lados, para baixo e para cima. Começa a compreender e responder a comandos verbais mais complexos, como: “cadê a mamãe? “cadê o papai?” |
| Acima de 16 meses | Localiza diretamente os sons em toda as direções. Compreende ordens ou perguntas relacionadas às partes do corpo, como: “cadê o pé?”, “cadê a mão?” |
Referência: material organizado pela Fga. Paula Moura
Quando procurar ajuda?
Se seu filho tiver 18 meses e não falar nada ou tiver dois anos e falar pouco, não espere, procure ajuda.
O período de 0 a 6 anos é crucial para o desenvolvimento, sobretudo o da linguagem.
Em relação às trocas ou omissões na fala, vamos deixar abaixo uma tabela para que você se baseie, mas já salientamos: não espere até 5 anos. As trocas na fala nessa idade podem interferir no processo de alfabetização das crianças.
| DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM INFANTIL | |
| 1 a 3 meses | Comunica-se com o meio por variações na entonação do choro e dos sonzinhos que emite. Chora, emite alguns sons e dá gargalhadas. Sorri quando alguém fala de frente pra ela. |
| 4 a 6 meses | Grita, emite alguns sons num ritmo como se conversasse. Presta atenção enquanto alguém está falando e vocaliza. |
| 7 a 11 meses | Emite alguns sons, repete palavras simples, bate palmas, aponta o que quer e dá tchau. |
| 12 meses | Fala as primeiras palavras e imita a ação de outras pessoas. Aumenta a interação verbal por meio de balbucio e palavras simples. Identifica o próprio nome quando é chamada. Entende ordens simples como “dá tchau”, “bata palmas”. |
| 18 meses | Forma frases curtas com 2 ou 3 palavras. |
| 2 anos | Seu vocabulário tem cerca da 300 palavras (uma média). Compreende e emite frases simples. Pergunta nome e funções. |
| 3 anos | É possível entender tudo que a criança fala, apesar de ainda apresentar alguns erros, especialmente gramaticais. |
| 4 anos | Inventa histórias, entende regras e jogos simples. |
| 5 anos | Fala corretamente frases completas e todos os sons da língua. |
Referência: material organizado pela Fga. Paula Moura
Outros indícios que indicamos a procura imediata de ajuda, são em casos de:
- Crianças que têm alguma alteração na motricidade orofacial, como, por exemplo, o que nós conhecemos como língua presa, que é um encurtamento do frênulo.
- Crianças que fazem interposição da língua entre os dentes, que é conhecido como ceceio. Geralmente a alteração aparece no som do S e do Z e pode estar associado ao uso da mamadeira, uso da chupeta ou o chupar de dedo ou uma mordida aberta.
Outra coisa que angustia as mães, é o que a maioria das pessoas chamam de gagueira.
As crianças podem apresentar o que chamamos de gagueira do desenvolvimento que, como o próprio nome diz, acontece com algumas crianças quando estão aprendendo a falar e podem apresentar algumas disfluências, pois o ato de falar ainda não foi automatizado.
Caso isso aconteça e você tenha dúvidas no tipo de disfluência ou se essa gagueira persistir por vários meses, atrapalhar no entendimento da fala da criança, gerar alguma frustração nela ou ainda se vier acompanhada de tensões musculares ou tiques, se existirem outras pessoas na família que são gagas, é importante buscar ajuda profissional o quanto antes.
Qual profissional procurar?
O profissional indicado para problemas, dificuldade ou atraso da fala é o fonoaudiólogo.
Diferente do que muitos pais e mães imaginam, a atuação de um fono é bem mais ampla. Ele atua na prevenção, diagnóstico e tratamento de problemas de desenvolvimento de linguagem, audição, fala, fluência, articulação, deglutição, mastigação e respiração.
- Avaliação fonoaudiológica
- Diagnóstico de fonoaudiologia
- Terapias de habilitação e reabilitação
- Orientação de pacientes, clientes, familiares e cuidadores
- Monitoria de desempenho do paciente ou cliente
- Aperfeiçoamento da comunicação humana
- Desenvolvimento de ações de saúde coletiva
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Será um prazer poder cuidar de você e daqueles que você ama!
*Conteúdo inspirado em áudio enviado no grupo “Mães em Tempos de Crise”
Fonoaudióloga Cássia Taiana Cavalheiro dos Anjos, CRF 7-9276
