4 ideias para manter a saúde mental no isolamento

Seja uma Mulher Real:

Você não precisa ser a Mulher Maravilha

A vida é uma caixinha de surpresas e você já sabe disso, mas mesmo assim porque ainda é tão difícil lidar com o inesperado? Pense no quanto você fica ansiosa quando precisa enfrentar uma situação nova ou quando se depara com o desconhecido. Isso pode acontecer porque você se exige demais, esperando de si mesma um ótimo desempenho.

Parece que você precisa estar pronta para dar conta de todos os problemas que aparecem, mas você sabe o que acontece dentro de você para lidar com tanta angústia?

Você tende a recorrer à ilusão, criando teorias na sua cabeça para tentar antecipar as próprias reações para os possíveis cenários. “vou conseguir apresentar sem esquecer nada”, “vou chegar e ser confiante”, “se eu agir assim, ele vai gostar de mim”. Mas quantas vezes esses planos imaginários deram certo? Nem sempre, não é mesmo!?

A vida prega peças e mostra que, apesar de tentarmos controlar tudo que vem pela frente, na verdade não controlamos quase nada. O que não quer dizer que não devemos fazer planos, pelo contrário. Sonhar e correr atrás do que se deseja alimenta a alma e dá sentido à vida, mas é necessário encontrar formas de lidar com os imprevistos. O
destino final  e até a própria caminhada – não dependem exclusivamente de você.

Há momentos em que você pode ser surpreendida positivamente, mas aí não precisa reclamar.
Você cria um roteiro a ser seguido como uma garantia do que virá adiante, pelo menos na sua imaginação.
O problema é a dor da expectativa frustrada, de ver que a sua encomenda muitas vezes não chega ou quando algo novo foge totalmente ao controle das suas mãos.

Pense no cenário atual de pandemia como uma dessas situações inesperadas. Como fica a sua vida, nesta quebra bruta da ilusão, diante da falta de controle? Quem é você frente ao caos? Quem somo nós? Somos muitos, com certeza. Contudo, esse con- fronto da ilusão com a realidade obriga a uma transformação.

Alguns de nós aproveitamos o momento para repensar o rumo que a vida tomava, se pergunta qual a sua parcela de responsabilidade na desordem atual e aproveita o momento para pensar no coletivo, melhorar suas relações interpessoais e valorizar as pequenas coisas. Já outros podem dar voz e poder ao seu lado mais difícil, surgindo a voracidade, o egoísmo e a ganância. Podemos exemplificar o sentimento de medo e impotência diante do cenário atual quando pessoas buscam estocar alimentos e álcool gel em suas casas, assim encontrando algum alívio diante de uma falsa sensação de controle. No entanto priorizam a si, sem dar-se conta que o cuidado consigo necessariamente passa pelo cuidado com o Outro, e vice versa.

Claro que é difícil passar por situações como estas, pois em momentos assim a sensação de descontrole e impotência prevalece. Uma dica que pode auxiliar você neste processo é criar e manter a sua rotina. Organize o seu horário de acordar e dormir, de arrumar a casa, um tempo de lazer para você mesmo e se comprometa com esse hábito. Evite ficar de pijama o dia todo! É o momento de você arrumar aquilo que você sempre deixou de lado ou para depois, trocar os móveis ou decoração de lugar tornando o ambiente de casa mais confortável e aconchegante como você sempre quis e agora pode.

Se você está com dificuldades com o trabalho, ele não rende, ultrapassa a carga horária que você tinha, inclusive passando por cima de horários fundamentais como refeições e horários de lazer, PARA TUDO! Se não você pode enlouquecer de estresse! Alguns sinais que você já ultrapassou os limites são: sono alterado, excessos na alimentação como forma de deslocar a ansiedade e brigas recorrentes nos relacionamentos devido a uma irritabilidade crescente.

Se você se identificou com o parágrafo acima, mude agora para preservar a sua saúde mental! Afinal, tudo isso foi acontecendo de forma silenciosa e hoje você se percebe desalinhado diante do que tinha de saúde em sua vida antes do coronavírus. As crises também são oportunidades para mudanças e agora você pode contar com essas dicas e usá-las no seu dia a dia.

Essas ações podem proporcionar uma sensação maior de controle, ajudando a enfrentar esse período. Se ainda assim, estiver com dificuldade, procure ajuda e fique tranquilo, pois não temos tudo sob controle.

Revisão textual:
Fonoaudióloga Cássia Cavalheiro dos Anjos, CRF 7-9276

Seja Ponte, não muro:

Conecte-se consigo mesmo e com os outros.

Como pode algo tão pequeno, invisível aos olhos, parar o mundo? Tudo bem que “parar” não é bem a palavra, já que a chama- da quarentena nos convida a um constante exercício de ADAPTAÇÃO. Como um sono profundo, interrompido pelo alarme do celular, sua rotina foi atravessada por uma nova realidade. No susto, você acordou e percebeu que não há outra alternativa a não ser lidar com os diversos desafios que a #fiqueemcasa impõe. Não tem como estender mais 5 ou 10 minutinhos. O despertador é autoritário. E, nesse caso, cabe o trocadilho, dizendo que é: aquele que desperta a dor. Dentre as exigências que o momento faz, para muitos, ficar consigo mesmo é a mais difícil. Principalmente porque a capacidade de estar só vai bem além da possibilidade de uma pessoa se colocar em frente à televisão, numa sexta- -feira à noite, agradecendo o silêncio. Ela refere-se, também, a uma condição interna, emocional, de lidarmos com o nosso desamparo diante das mais variadas situações.

Em tempos de coronavírus, independentemente se vivencia- mos o isolamento sozinhos, acompanhados ou ainda saindo às ruas, somos colocados à prova e não demoramos a perceber o tanto que as atividades e hábitos disfarçam nossas dependências, fragilidades e angústias. Não ter alternativas nos obrigada a encarar tudo aquilo que uma agenda cheia ou uma viagem nos ajuda a esquecer: uma carência afetiva, um casamento em crise, uma situação de luto, ou mesmo, nossa mais absoluta falta de controle sobre as coisas. De repente, você se vê obrigado a encarar seus vazios e suas intensidades, e até mesmo diversos sentimentos que pode não gostar em si mesmo. Como é dolorido estar a sós com tudo aquilo que mora dentro da gente. E agora, quem poderá nos defender?

Se você conseguir tomar esse período e os que vêm a seguir  como uma brecha na qual pode se olhar e se experimentar de uma forma menos moralista, mais solta e sincera, possivelmente terá mais chances de reconfigurar o caos em um potente e criativo espaço de transformação.

Se você está se perguntando como pode fazer isso, pro- pomos uma atividade. Convide algum amigo ou familiar, com quem você tenha intimidade, e proponha a seguinte tarefa:

1) Primeiro, a pessoa escolhida e você, devem escrever cada um 10 sentimentos ou pensamentos negativos. Podem ser palavras soltas como, por exemplo: raiva, ódio, tristeza, angústia, etc. Ou, frases inteiras como: “estou assustado com a minha tristeza”, “me sinto sozinho”, “nunca estive tão irritado”, ”meu sono está muito ruim”, “não aguento mais ficar em casa”, etc.

2) Depois, ambos devem reservar um momento do dia para conversar sobre o que foi escrito. Se vocês estão passando a quarentena juntos, encontrem um local confortável para realizar essa atividade. Se a pessoa está em outro local, façam o bate-papo por meio de uma vídeo chamada ou telefonema. O mais importante é que possam escolher um lugar e um horário nos quais seja possível dividir essa experiência. Ou seja, sem distrações de televisão, trabalho ou afazeres domésticos.

A escrita proporciona um distanciamento entre você e aquilo que está passando dentro da sua cabeça. Assim, fica mais fácil refletir e tentar entender suas emoções. Da mesma forma, compartilhar o que escreveu com mais alguém pode não apenas ajudar no reconhecimento de si, como também abrir espaço para se identificar com sentimentos do outro. Encontrar semelhanças, assim como diferentes problemas ou pontos de vista, pode contribuir para que você experimente alívio e encontre soluções para o que está vivendo.

Do luto à luta:

Enfrente o medo da morte.

Nascemos, vivemos e morremos: esse é o ciclo da vida. A morte é uma certeza. Mas você realmente acredita nisso? Por que a ideia de finitude enche a maioria das pessoas de terror? O que é possível fazer para lidar com o medo da morte?

Apesar de um evento natural para todos os seres vivos, não se sabe exatamente o que é a morte. Sabe-se que é algo que vem depois da vida, que está além da existência. Porém, é impossível para o ser humano imaginar e dar sentido à sua inexistência. Do conceito de morte pode-se criar apenas algumas fantasias, como, por exemplo, imaginar como seria a vida das pessoas em sua ausência, como seria o seu enterro, quem iria chorar a sua falta, etc. Imaginar um futuro em que você simplesmente não existe parece impossível.

Não entender a morte faz com que existam apenas ideias sobre o que poderia ser. Um exemplo disso é o sentimento de perda. Provavelmente, quando você tenta imaginar a morte um dos principais pensamentos que surge em sua mente é relacionado à experiência ou medo de perder as pessoas que ama. Quando perde- -se alguém, surge como resposta o luto. Nesse processo, os rituais de despedida, tais como velório e sepultamento, são importantes para compreender a morte e construir um significado para ela.

Para suportar a incerteza a respeito daquilo que é desconhecido, como a existência de doenças, por exemplo, o ser humano aprende desde cedo a confiar na ciência, nas religiões, etc. Assim, deposita-se muita esperança na busca de respostas para as perguntas que cercam a todos, acreditando que é possível alguma proteção frente a algo que põe a vida em risco.

A ciência, já há muito tempo, fornece os meios para prolongar a vida. Você confia nos médicos que te tratam; busca neles um saber que o impeça de confrontar aquilo que todos sabem que irá acontecer, mas, que é muito difícil acreditar “de verdade”. Nesse sentido, qual o efeito de assistir o mundo inteiro sem respostas frente a ameaça desconhecida de um vírus?

Situações como a pandemia do coronavírus colocam em questão a ilusão de controle, construída para diminuir a angústia que a ausência de respostas pode gerar. Momentos como esse trazem à tona a fragilidade da existência. Frente a morte, todos estão vulneráveis. É inevitável que este confronto gere sentimentos como medo, angústia e ansiedade, e para que se possa lutar contra esses sentimentos, o melhor remédio é falar! Falar para aqueles que de fato estão lá para escutá-lo. Falar para profissionais interessados em escutar a angústia daqueles que os procuram. Este é o “santo remédio” capaz de possibilitar que se atravesse qualquer momento grave da vida com menos sofrimento.

Algumas atitudes do cotidiano, também podem ajudar a lidar com a ansiedade nesse momento: leia livros e assista seus filmes favoritos; escreva sobre seus sentimentos; ligue e faça videochamadas com as pessoas que você ama;

veja fotos e lembre de momentos felizes de
sua vida. É importante continuar fazendo planos para o futuro, sabendo que esse é um momento passageiro, uma pequena parte de uma vida inteira.

Você pode manter-se informado, mas sem passar o tempo todo conectado a notícias negativas – todos os dias pessoas morrem, mas muitas outras sobrevivem. Procure atualizar-se nos canais oficiais (site da prefeitura, Organização Mundial de Saúde…)

e tome cuidado com o que você recebe por WhatsApp, pois existem muitas notícias falsas. Escolha apenas um horário do dia para assistir as notícias sobre a pandemia. O excesso de informações pode gerar inquietação e deixá-lo com sentimentos de desesperança e tristeza.

O afastamento deve ser físico, mas não social e emocional. Mantenha o contato através da tecnologia com pessoas próximas, conversando e compartilhando seus sentimentos, pois isso ajuda a perceber que, apesar de se sentir perdido e com medo, você ainda está vivo. Você pode fazer planos para o futuro, conversar e lembrar do passado, compartilhar histórias e acreditar que daqui a um tempo, poderá estar contando para as próximas gerações sobre um momento em que o mundo viveu uma pandemia, que afastou todos, mas também uniu.

Pensar e falar sobre a morte ajuda a lançar um outro olhar para a vida, assim como um ponto final pode dar um novo sentido à uma frase. A mesma angústia que surge devido a impossibilidade de achar um significado para a morte, pode ajudar a construir novos significados para a vida. Dessa forma, é possível transformar o luto em luta.

Cada pessoa vivencia a mesma situação de diferentes formas. Existem medos que aparecem quando estamos frente ao novo e desconhecido. Esse cenário de pandemia pode despertar ou aumentar sentimentos, feridas emocionais e traumas que muitas vezes estavam adormecidos, ou não eram percebidos, frente a rotina habitual.

Existem diversas maneiras de amenizar essas ansiedades: leia um bom livro, escreva sobre esses sentimentos, busque mo- mentos de meditação e relaxamento. Entretanto, se isso não for o suficiente para você se sentir menos ansioso, chegou o momento de procurar ajuda de um psicólogo online ou presencial.

A psicoterapia pode ser entendida como um ambiente onde você expressa, de forma livre e espontânea, todos os seus pensa- mentos e sentimentos. É um espaço para organizar a bagunça em sua mente, para enxergá-la como ela é e, assim, agir sobre ela. Esse processo proporciona uma importante transformação para quem deseja uma vida mais feliz.

A modalidade de psicoterapia online se mostra como uma possibilidade de aliviar e compreender melhor o sofrimento e angústia despertados por esse momento de tamanha instabilidade e impossibilidades. O atendimento psicológico online acontece da mesma forma que o presencial, o que difere é o meio. A presença da tecnologia é o elemento que caracteriza essa modalidade de consulta, mas a função terapêutica é o que define a psicoterapia.

Ainda existem alguns mitos a respeito do atendimento psicológico online, o que gera preconceitos e inseguranças. Será que realmente funciona? Paciente e terapeuta se sentirão de fato conectados? O sigilo é preservado? A resposta para todas essas perguntas é SIM. É possível construir uma relação em que paciente e psicoterapeuta sintam-se vinculados, no entanto nessa modalidade o cuidado com o sigilo é compartilhado. No ambiente digital tanto o psicólogo quanto o paciente devem garantir a privacidade dos dados, bem como a segurança na internet, através da atualização do antivírus, do uso de fones de ouvido e da escolha por um local com privacidade.

É importante destacar que, para além da modalidade (presencial e online), é fundamental a formação do profissional e o desejo do paciente. A INSIGHT ON vem ajudando pessoas com psicólogo online e também com atendimento presencial em Porto Alegre, há alguns anos. Antes da pandemia, as pessoas que mais se beneficiavam dessa modalidade eram aquelas com dificuldade de locomoção, brasileiros que moram no exterior, pessoas com ansiedade, dentre outras. Atualmente a procura se ampliou para os mais diversos públicos. Você também pode experimentar!

Todos os psicólogos da equipe são capacitados e preparados, com experiência nesta modalidade de atendimento. Os profissionais são cadastrados e autorizados pelo Conselho Federal de Psicologia para atendimento psicológico online (e-Psi). Assim, a psicoterapia online configura-se como um espaço íntimo, especialmente pensado para você, onde se abrem novos caminhos para lidar com a realidade e também com angústias, tristezas e sofrimentos, de forma saudável e produtiva.

Os momentos difíceis podem proporcionar uma proveitosa oportunidade de reflexão. Esta é a ocasião para começar a se organizar, para colocar a “casa em ordem”. A psicoterapia, seja online ou presencial proporciona amparo psicológico, preservando o cuidado com a sua saúde física e emociona

Nosso cuidado vai além.
Nosso cuidado é Multi.
Nós somos a Insight.

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