O psicopedagogo é procurado, principalmente, para sanar dificuldades relacionadas à aprendizagem. Por estarem em idade escolar, crianças são os pacientes mais comuns desse profissional.
No entanto, na prática, muitos pais e responsáveis têm dúvidas de como funciona o atendimento psicopedagógico e quando ele é indicado.
Psicopedagogia e a aprendizagem
De acordo com a Associação Brasileira de Psicopedagogia, o objetivo da área é promover a aprendizagem, contribuindo para:
- os processos de inclusão escolar e social;
- compreender e propor ações frente às dificuldades de aprendizagem;
- mediar conflitos relacionados aos processos de aprendizagem;
- articular a ação psicopedagógica com profissionais de áreas afins, para atuar em diferentes ambientes de aprendizagem.
Desse modo, conforme afirma a educadora Edith Rubinstein, a prática Psicopedagógica vem delineando duas formas básicas de atuação: a clínica e a institucional.
Enquanto uma é mais voltada para a área terapêutica (recuperação), no caso a psicopedagogia clínica, outra, a institucional, é mais dedicada à prevenção, como já vemos nos dias de hoje em escolas, empresas e hospitais.
O que faz um psicopedagogo?
Normalmente os pacientes chegam até o consultório encaminhados pela escola, mas muitas pessoas ainda não sabem ao certo o que faz um psicopedagogo.
É muito comum que, quando a família chega para a primeira consulta, o profissional explique detalhadamente do que se trata exatamente a psicopedagogia, até mesmo para que haja o entendimento do motivo pelo qual a escola encaminhou aquela criança ou adolescente.
Mas, na prática, o objetivo é sempre a aprendizagem. Quando ela ocorre de forma natural e como ela ocorre, mas principalmente quando esse processo não acontece como a gente espera.
Ou seja, quando por algum motivo o desenvolvimento cognitivo do paciente apresenta atraso, dificuldades ou barreiras que ficam mais evidentes no desempenho escolar.
O início do atendimento psicopedagógico acontece sempre com um período de avaliação. A avaliação é uma investigação para entender a origem das dificuldades de aprendizagem, o motivo da queixa e para auxiliar em um planejamento individualizado.
Esse momento de avaliação leva de 5 à 8 encontros, normalmente. E o profissional sempre vai determinar os recursos e escolher as atividades de acordo com a queixa inicial.
Então, se a dificuldade é mais aparente nas questões numéricas, por exemplo, as atividades de avaliação serão voltadas para questões de raciocínio lógico matemático e questões de lógica.
Após a avaliação é preciso dar uma devolução para a família e para a escola. E de forma conjunta, definir os caminhos da intervenção psicopedagógica e dos possíveis encaminhamentos.
Quando procurar atendimento psicopedagógico?
Essa é uma das dúvidas mais comuns. Afinal, quando é o momento de procurar um psicopedagogo? Quais são os sinais que é preciso estar atento(a)?
Para te ajudar, separamos aqui uma lista que vai te conduzir e te ajudar a entender melhor o momento certo de tomar essa decisão.
- Aquisição lenta de vocabulário;
- Falta de interesse em ouvir histórias;
- Dificuldade de seguir rotinas;
- Hiperatividade;
- Dificuldade de adaptação na escola;
- Inversão de letras, sílabas ou palavras;
- Adição ou emissão de sons;
- Leitura e escrita lenta para a idade;
- Letra ilegível;
- Desorganização geral devido a desorientação espacial;
- Falta de concentração;
- Problemas com atenção e memória;
- Notas baixas;
- Atraso na entrega de trabalhos escolares;
- Repetências ou retenção;
- Desmotivação e falta de interesse nos estudos;
- Dificuldade de raciocínio lógico matemático, etc.
Fale com um psicopedagogo
A intervenção acontece através de momentos lúdicos com uso de jogos educativos, tecnológicos, vídeos, brincadeiras, desenhos, construções, confecções, músicas, atividades psicomotoras, que percorrem as áreas de alfabetização, da leitura, da linguagem, da escrita e da matemática.
Enfim, em consultório, o psicopedagogo procura estimular cognitivamente o paciente e busca facilitar o processo de aprendizagem.
O objetivo da psicopedagogia é criar um espaço onde o sujeito se torne autor das suas possibilidades cognitivas e possa se perceber capaz de realizar atividades que antes parecia muito difícil.
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*Conteúdo inspirado em áudio enviado no grupo “Mães em Tempos de Crise”, pela psicopedagoga Michele Kanan Ruecker.
