Papel da frustração no desenvolvimento dos filhos

Hoje escolhemos um assunto importante para falar com os pais: o papel da frustração no desenvolvimento infantil e, para introduzir o assunto, começamos com uma pergunta relativamente simples: você acha que frustrar os filhos é importante ou acha que é praticamente uma maldade com pequenos? 

Não estamos aqui fazendo um juízo entre certo ou errado. O momento é de reflexão, por isso, seja sincero ao responder.

Para seguir, é importante que a gente pense sobre dois pontos de vista: o das crianças e também o dos pais.

O começo da frustrações

Imagine que quando colocamos um bebê no mundo, sobrevém, na melhor das hipóteses, todo instinto de cuidado e proteção. Até porque o bebê humano, diferente dos outros animais, é dos mais indefesos. 

Não é novidade, que, quando bebês, somos super dependentes dos nossos cuidadores. A gente precisa que nos alimentem, que nos dêem banho, que nos limpem, que nos acalmem, tudo… E a forma que o bebê tem de comunicar as suas necessidades é chorando. 

Até há quem diga que as mães conseguem distinguir perfeitamente os choros dos seus bebês, e sobre isso fica a reflexão se é ou não verdade, claro que com interpretações distintas para cada indivíduo.

Mas o fato é que estamos falando de um período em que pai e mãe são todo o universo para a criança. Os pais são detentores de toda verdade, e conforme esse bebê vai crescendo, vai distinguindo as coisas do mundo, vai aprendendo.  

E do ponto de vista dos pais, também na melhor das hipóteses, existe uma construção mental de que seu filho é a mais maravilhosa das criaturas, e está bem, até determinado momento. Imaginem que os pais saciando as necessidades do seu bebê se sentem satisfeitos, plenos, úteis.  Eles são os heróis. São as criaturas mais maravilhosas junto com seu bebê. 

E é aqui que o papel da frustração no desenvolvimento infantil começa… 

Ambos vão tendo que abrir mão do estado da dependência. 

O NÃO faz parte do crescimento

O filho, para crescer, precisa experimentar os NÃOS, mesmo que ele tenha que ensaiar e testar repetidas vezes os pais. Isso faz parte de sua construção. 

Já os pais têm que abrir mão desse lugar maravilhoso de detentores de toda sabedoria e poder colocar limites nos filhos, para que eles possam crescer. É um trabalho de ambos lados. 

Os “NÃOS” são apresentados pro bebê desde muito cedo e isso é necessário.

O NÃO tem um papel protetivo – é um não pode subir na janela, não pode colocar o dedo na tomada, não pode bater no amiguinho e por aí vai… Esses são os pais tratando de inserir uma lei maior perante seu ”selvagenzinho”, mas se trata também de cuidado e de proteção e ao mesmo tempo é trazer a criança pra vida na sociedade. Na cultura. 

Só que o NÃO também tem um problema quando se trata de uma restrição a uma necessidade real da criança. Por exemplo, em algum momento da vida, alguns profissionais entendiam que era recomendado deixar o bebê chorar no berço até ele aprender a se acalmar SOZINHO. 

Ele vai aprender? Efetivamente vai, mas a um custo muito alto emocionalmente, na nossa opinião. 

Neste caso, o bebê vai construindo seu entendimento de mundo e o mundo pra ele vai se tornando mau, abandonante.  

Impondo limites: ações e reações, mas acima de tudo necessidade

Quando um limite é bem apresentado à criança, é claro que vai ter uma primeira reação, porque ela não conhece isso, é tudo muito novo. 

É um processo. E isso pode desencadear frustração.

A frustração na criança pode vir representada em forma choro, de birra, tristeza e até de muita chantagem emocional. Só que essa reação faz parte e não dura pra sempre! 

A criança vai “caindo do cavalo” aos poucos mas, enquanto ela é criança, pensem que ela ainda tem uma estrutura flexível e esse cavalo na verdade é um ”poneizinho”. Ela vai caindo aos pouquinhos e vai se recuperando e ficando cada vez mais forte para que o impacto do tombo seja cada vez menor.

Ou seja, fazendo isso – impondo e ensinando limites – você também está contribuindo para que o seu filho ou filha vá ficando mais e mais forte.  

Mas também tem o outro lado e é onde está o grande problema: quando esse trabalho, o de cair do poneizinho não acontece no tempo certo. 

Isso pode fazer com que essa criança, que logo mais se tornará um adulto, tenha dificuldade em tolerar e lidar com a frustração, com as FALTAS e que, portanto, não SE tolera. 

Estamos falando, nesse cenário, de um sujeito que pode se tornar ansioso e até mesmo deprimido. Porque quando as situações/restrições da vida acontecerem, e VÃO acontecer, a aprendizagem fica mais difícil, pois já é um sujeito mais rígido em sua estrutura mental, e o poneizinho cresceu e é um cavalo adulto, grande e “chucro”… ou seja, fica muito mais dolorido o tombo. 

Fale com a nossa equipe

Você tem desafios para impor limites e lidar com a frustração dos seus filhos?

Tudo isso que trouxemos aqui deve agora ser objeto de reflexão, para que você possa pensar algumas coisas, tanto nesse momento de isolamento da pandemia, mas também mesmo antes disso tudo ter acontecido. 

Nesse momento é mais difícil estabelecer os limites? Sempre foi assim?  

Se sempre foi difícil, queremos te convidar a pensar em algo um pouco mais dolorido, mas super importante… Será que você tem pena do seu filho?  

Pois a pena não ensina a crescer, mas estabelecer limites, sim.

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*Conteúdo inspirado em áudio enviado no grupo “Mães em Tempos de Crise”, pela psicóloga da Clínica InsightOn, Linda Herrera, 07/19042.

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