Conforme as crianças vão crescendo, vão aparecendo alguns sentimentos que muitas vezes os pais não sabem lidar.
Inclusive, um dos maiores desafios de educar consiste em saber o que fazer quando as birras, as atitudes impulsivas, a raiva, a tristeza e uma série de outros sentimentos se manifestam.
Normalmente, a reação natural é reprimir essas emoções ditas negativas. Mas será que é isso mesmo que a gente precisa fazer para garantir um desenvolvimento saudável dos nossos filhos?
Pacote básico de emoções
Tem um estudo muito interessante que diz que a gente nasce com um pacote básico de emoções que é formado por raiva, medo, nojo, tristeza, alegria, surpresa e amor. E parte destas emoções serve como ferramenta de sobrevivência.
Então quando os pais invalidam esses sentimentos nas crianças, eles estão desprezando seu repertório natural de preservação.
A teoria de Darwin, criador da teoria da evolução, diz que para cada emoção existe um sentido. Então a raiva, por exemplo, pode ajudar em algumas situações, auxiliando a impor limites. Por exemplo: nas situações de bullying tão presentes na vida escolar.
Segundo este estudo que comentamos, a emoção é um disparo biológico, ou seja, não tem como controlar, da mesma maneira que não controlamos a fome e a sede.
Então a gente precisa reconhecer que sentir raiva, tristeza ou ciúmes, por exemplo, faz parte da natureza humana, em qualquer idade.
E sim, nossos filhos também terão esses momentos e é preciso saber respeitar e também organizar as manifestações dessas emoções, criando limites nas forma como eles expressam o que estão sentindo, ao invés de lhes tirar o direito de sentir.
Sentimento é expressão
Os pais, os adultos e a escola precisam não apenas deixar, mas estimular que as crianças se expressem.
É preciso mostrar que tudo bem sentir raiva, mas também mostrar que isso não dá o direito de bater no outro, por exemplo. É importante conhecer os limites entre sentir e agir.
Ou seja, o problema não está em sentir, mas em fazer mau uso concreto desse sentimento. Por isso que os sentimentos não devem ser reprimidos e sim conversados e trabalhados.
E uma coisa que não podemos esquecer é que as crianças estão em desenvolvimento, ou seja, estão aprendendo. E durante esse processo de aprendizagem elas não vão acertar sempre. O erro faz parte da evolução.
Evite os rótulos
Falando em sentir e expressar, é importante também refletir sobre a forma com que julgamos o outro, buscando evitar criar rótulos.
Por exemplo, “guri covarde”, aquele que sente medo. Ou a ideia de que “homem não chora”. Isso é dito muitas vezes, inclusive pelos pais, o que é ruim porque são figuras de referência e interferem diretamente na forma como essas crianças vão se reconhecendo como sujeito.
E quando isso acontece, a criança pode não se permitir sentir e começar a reprimir seus sentimentos, para corresponder ao papel que a sua família deseja que ela desempenhe.
Pais, estejam atentos
Dito isso, o que os pais precisam é ficar atentos se a reação da criança está de acordo com sua idade.
Por exemplo: uma criança de 9 anos não pode responder a uma frustração se jogando no chão e chorando sem parar. Ela já tem recursos para manifestar sua raiva ou sua tristeza de outra forma.
O que se espera é que ela possa se manifestar de uma forma mais verbal e bem menos corporal e, por isso, novamente, é importante reforçar o diálogo e a manifestação dos sentimentos.
Outro fator que os pais precisam estar atentos é a frequência dessas situações mais fortes, mas agressivas… Se estiver acontecendo de forma muito intensa e frequente, pode ser que a criança esteja precisando de ajuda para regular estas ações. E regular estas ações é ajudar essas crianças ou adolescentes a lidar com esses sentimentos e com as intensidades deles.
E quando isso acontece, quando as crianças conseguem regular e não eliminar suas emoções, elas funcionam muito melhor em todos os sentidos, em todos os ambientes, seja individual ou coletivamente.
Por isso é importante que os pais estejam atentos, não apenas em casa, mas também em comunicação com a escola e com as demais pessoas do convívio da criança.
Por exemplo, às vezes acontece de a escola chamar, sinalizar que a criança está tendo momentos de descontrole emocional, mas que em casa isso não acontece.
Sendo assim, o caminho não é a negação, mas sim o de pensar se no ambiente da família esse espaço está sendo oferecido, se não está sendo um espaço muito controlado, onde as emoções são “barradas”.
Para pais e mães, o mais importante é que aprendam a identificar e buscar ajuda ao notar que alguma coisa não vai bem.
Por isso, se você está notando alguma dificuldade na comunicação e na expressão dos sentimentos do seu filho ou filha, independente da idade, clique aqui e agende sua consulta com nossos psicopedagogos ou psicólogos.
Somos multi clínicas, ou seja, uma clínica que conta com múltiplas especialidades e especialistas rigorosamente qualificados e atualizados, que poderão te dar toda ajuda e orientação necessária para enfrentar dificuldades, desafios e também prevenir problemas.
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*Conteúdo inspirado em áudio enviado no grupo “Mães em Tempos de Crise”, pela psicopedagoga Michele Kanan Ruecker.