Bilinguismo infantil: é uma boa escolha?

Você sabe o que é bilinguismo infantil? Vem com a gente neste conteúdo e saiba se essa é uma boa escolha!

NASCIMENTO DO BEBÊ

Desde o momento em que se recebe a notícia de que um bebê será gerado na família, milhares de questionamentos começam a passar pela cabeça dos pais: “como será que ele vai ser? Terá os olhos do pai? A boca da mãe?” até idealizações como: “quero que meu filho tenha um futuro brilhante, por isso, ele será….”.

E, e através dessas idealizações, vamos estimulando a criança de diversas formas: com brincadeiras, livros, músicas, conversas e muitas vezes essa estimulação envolve a apresentação de um outro idioma, mas será que esse é realmente o melhor momento para que seja feita uma estimulação em outro(s) idioma(s) além da língua presente no país em que se reside?

Hoje já se sabe que desde o nascimento o bebê tem um logo caminho a percorrer nos seus primeiros mil dias de vida.

Durante esse período o bebê precisa se descobrir e descobrir o mundo, além de atingir todos os marcos motores e a sua linguagem com eficiência.

Mas você já parou para pensar em como um bebê adquire todas essas habilidades? Já pensou em todo o processo que ocorre até ele conseguir falar suas primeiras palavras no aniversário de um aninho?

Quando o bebê nasce, ele está apto para aprender qualquer idioma! Os estudos já nos mostram que até aproximadamente os 6 meses de vida o bebê é capaz de distinguir qualquer traço sonoro, isso quer dizer que, nesses primeiros 6 meses de vida, o bebê consegue diferenciar qualquer som de qualquer língua e antes do primeiro ano de vida vai perdendo essa habilidade e se especializando na língua materna, sendo esta normalmente o idioma do país em que a família mora.

Mas já pensou o que acontece com um bebê quando cada um de seus pais possuem um idioma de origem e estão residindo em um país com uma língua completamente diferente dessa dos pais? Será muita informação para esse bebê?

Inicialmente precisamos eliminar o que ainda resta da ideia de que o bebê é um ser passivo e sem muitas capacidades que só sabe comer, dormir e chorar.

Desde o momento em que o bebê nasce, ele já está trabalhando (e muito) no seu desenvolvimento e com a aquisição da fala e da linguagem não é diferente. Aproveitar as habilidades que o bebê possui nos momentos corretos vai determinar o sucesso ou não do seu desenvolvimento.

MAS QUAIS SÃO ESSAS HABILIDADES?

As pesquisas já sugerem que os bebês com desenvolvimento típico, ou seja, um bebê que está com o seu desenvolvimento dentro do esperado, conseguindo atingir os marcos do neurodesenvolvimento e tendo as habilidades sensoriais dentro do esperado – isso inclui uma audição normal, possuem uma sensibilidade precoce para uma série de propriedades da fala, assim, já no final da gestação, eles já são capazes de distinguir contornos melódicos (lembrando que o bebê já consegue escutar a partir da 21ª semana de gestação).

 Além disso, ao nascer já são capazes de:

– Diferenciar a voz de sua mãe quando comparada com outra feminina e tem preferência pela de sua mãe;

-Perceber diferentes sons, por exemplo, por mais parecida que sejam as palavras – Pato x Bato, o bebê já percebe essa diferença;

-Discriminar sua língua materna de outra não conhecida;

-Identificar diferentes entonações;

-Perceber palavras em uma frase;

-Compreender palavras em diferentes contextos

 Atualmente já se tem a hipótese de que o bebê consegue identificar aqueles elementos (palavras, sons, sílabas) que mais se repetem na fala dos cuidadores. Ao escutá-los em diversos momentos o bebê os “analisa” para conseguir defini-los como uma palavra e esse processo independe do idioma, ou mesmo dos idiomas apresentados. 

Bilinguismo infantil

Quando pensamos em bilinguismo infantil, precisamos ter alguns cuidados.

Um dos mais importantes é ter ciência de que o bebê pode aprender quantos idiomas simultâneos o ambiente lhe proporcionar, contanto que essas falas tenham função comunicativa, ou seja, para que uma criança adquira várias línguas simultaneamente é muito importante que ela tenha com quem falar!

E quando se pensa em diálogo antes do primeiro ano de vida não necessariamente se espera que o bebê converse com seus pais através de palavras, mas sim, que seus pais falem em seu idioma de origem, preferencialmente caprichando na prosódia. A prosódia é um elemento muito importante para aquisição de qualquer língua, ela pode ser entendida como um conjunto de efeitos vocais que envolvem variações de altura, intensidade, duração e pausa durante a nossa fala. Talvez um bom exemplo de estilo de fala que possui várias características prosódicas seja o “manhês”.

O “manhês” é um modo de falar que muitos pais utilizam quando vão se dirigir aos seus bebês, normalmente caracterizado por uma fala mais infantilizada, com mais perguntas, sem se preocupar com o “falar corretamente” e mais próximo de uma fala cantada já que as vogais das sílabas são bastante alongadas e possuem mais entonação. Esse tipo de fala é universal e utilizado em todas as línguas.

Quando um bebê se encontra em um ambiente onde o pai fala português como língua materna e a mãe tem como sua língua materna o inglês, por exemplo, sempre se sugere que cada um fale com seu filho nos seus idiomas de origem e deixe para a sociedade – neste caso, escola infantil, por exemplo, que transmita a língua do país em que reside, isso porque, o bebê com desenvolvimento normal tem a capacidade de responder e se adequar a cada falante e assim, conseguirá extrair todas essas características linguísticas que só um falante nativo consegue transmitir. Dessa forma, o bebê quando começar a falar suas primeiras palavras – e isso pode acontecer um pouco mais tardiamente já que ele está tendo que dar conta de adquirir mais de um idioma ao mesmo tempo (porém, precisa estar falando algumas palavras antes dos 2 anos) – conseguirá se adequar e responder se dirigindo de forma diferente para cada falante. Contudo, também precisamos lembrar que da mesma forma que um bebê com apenas uma língua materna irá cometer “erros”, esse bebê bilingue também cometerá. Esses “erros” fazem parte do desenvolvimento normal, além disso, em alguns momentos, principalmente durante a produção de discursos mais longos, a criança pode misturar os idiomas na tentativa de expressar adequadamente suas ideias e sentimentos.

Diante desses cenários, porque não aproveitar as diferentes línguas maternas que essa família possui e passar para o bebê? Ficou com alguma dúvida sobre esse assunto e quer saber mais?

Aqui na InsightOn nós contamos com uma equipe de fonoaudiólogas especializadas que podem te ajudar.

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*Texto desenvolvido pela fonoaudióloga Maiara Novello, CRFa 7 – 10177

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